segunda-feira, 25 de abril de 2011

MORANDO SOZINHA

Uma das fases mais interessantes da juventude é a faculdade. Para muitos, esse período significa a primeira chance de morar sozinho, de começar a ser dono do seu próprio nariz.

O motivo da reforma desse pequeno apartamento foi esse: a moça iria para a faculdade e começaria a morar sozinha. Como o apartamento era alugado, a reforma foi basicamente uma "maquiagem", que transformou o espaço sem gastar muito.


A pequena cozinha, separada da sala por um balcão era assim:



Nas paredes, a fórmica foi retirada e foi feita pintura com tinta epóxi, que é adequada à áreas úmidas. Os armários receberam revestimento melamínico (fórmica), tiveram seus puxadores trocados e uma das portas foi retirada, para dar espaço ao micro-ondas (laranja, lindo!). Foi feita a troca da bancada de granito, dos metais, do fogão e da geladeira. E ficou assim:







No quarto, as mudanças foram muito simples: pintura nova no armário, troca da luminária, uma cortina bonita... E o que era assim:



ficou assim (pena que a foto foi tirada antes da chegada dos quadros e do tapete):




Na sala, apenas uma pintura verde (cor favorita da moradora) na parede atrás do sofá e alguns espelhos na  parede lateral.  Uma luminária trazida do Marrocos completa o espaço.






E assim foi criado o primeiro apartamento dessa moça: uma reforma rápida, de baixo custo, mas que deu uma cara nova ao espaço.



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terça-feira, 19 de abril de 2011

UM OÁSIS NO MEIO DO CAOS

Durante o curso de Design de Interiores os alunos desenvolvem muitos projetos, tanto residenciais como comerciais.

Hoje eu quero mostrar um dos projetos comerciais que mais gostei de fazer. O exercício consistiu em desenvolver um espaço comercial usando as medidas de uma loja real localizada na esquina das Ruas Souza Lima e N. Sra de Copacabana, aqui no Rio de Janeiro.

Não me lembro se foi por sorteio ou por escolha, mas o meu projeto era fazer uma livraria que também tivesse uma área destinada a um pequeno café. Lógico que existiam várias regras do que poderia ou não ser feito, de acordo com a legislação municipal real e com o desejo do meu cliente imaginário. Assim, nasceu a Drummond Livros & Café.

O meu conceito: um espaço que fosse um oásis, um lugar de paz e tranquilidade, no meio do calor e do caos das ruas de Copacabana. O meu partido: uso de cores que remetessem aos oásis encontrados nos desertos  (como tons de verde e de areia) e materiais de destacassem a ideia do rústico, sem perder o conforto (como tijolos aparentes, madeiras, móveis com fibras naturais, mesas e cadeiras do café com pés de ferro, piso em porcelanato rústico).

Infelizmente, as fotos não ficaram boas: foram tiradas dos desenhos originais, todos feitos à mão, que estavam enrolados há algum tempo e com algumas marcas no papel, mas acho que dá para ter uma idéia do que eu tentei passar.


Essa é a perspectiva do andar principal da Drummond, a livraria. Não desenhei todas as mesas expositoras para deixar o desenho mais claro.




Aqui, como seria o andar superior, onde fica o café. Novamente, não desenhei todas as mesas, para que o balcão pudesse ser observado com mais clareza.




A planta baixa do andar principal...




... e a do andar superior.


Esse é um dos projetos que eu gostaria de ter tirado do papel... Chego até a imaginar alguns amigos meus, amantes de bons livros e bons cafés, circulando entre as mesas e estantes, aconchegados em uma poltrona, se dando o prazer de uma nova leitura, acompanhados por uma xícara de um gostoso cappuccino... Quem sabe um dia, não é?





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sábado, 2 de abril de 2011

Amor, presente dos deuses

Eu terminei o meu curso de Design de Interiores na mesma época da Olimpíada da Grécia, em 2004. Como era praxe na Cândido Mendes, os formandos participavam de um evento nos moldes de um Casa Cor, que acontecia nos espaços vazios do Rio Design Center, no Leblon. O encerramento do curso seria no meio do ano, perto do Dia dos Namorados e, como já falei, com a Olimpíada da Grécia acontecendo. Tema para a nossa exposição? "Amor, presente dos deuses", claro!

A distribuição tanto dos espaços como dos deuses, foi feita através de sorteios. Eu fiquei com um espaço que originalmente tinha sido uma loja de cozinha e com Dionísio, o deus do vinho na mitologia grega (também chamado de Dioniso; equivalente a Baco, o deus do vinho na mitologia romana).

Com esses dados em mãos, comecei a pensar no que poderia fazer. Eu tinha plena liberdade para escolher o tipo de ambiente que gostaria de representar e deveria criar uma frase que o representasse. Pelo tema, uma adega talvez fosse muito conveniente, mas também seria muito óbvio. Acabei decidindo por fazer um quarto.

Um detalhe: sabendo que sou cristã, o coordenador geral do projeto resolveu me desafiar: "Quero ver você, crente como é, dar conta de fazer um espaço dedicado ao deus do vinho e da orgia". Nada como um desafio para ativar minha criatividade!

No Design temos duas palavras-chave que direcionam o trabalho: conceito e partido. Resumindo, conceito é ideia que se quer passar e partido, os meios que usamos para colocar o conceito em prática.

Para o meu projeto adotei o seguinte conceito: um espaço que remeta ao campo, à plantação das videiras, à produção do vinho. Como partido, cores fortes, materiais rústicos e um pouco de fantasia, já que era um espaço de exposição que não seria utilizado, mas que, com algumas adaptações, poderia "caber" numa casa de verdade.

E o resultado foi esse aí:



A primeira coisa que chamou atenção de todo mundo foi a cor. Enquanto todos os outros espaços se valeram do branco como cor principal, eu parti para um tom de vinho, meio puxado para o beterraba e usando vários tons de verde para fazer o contraponto. 



Eu já tinha decidido que iria usar móveis com madeira aparente, e, de preferência, com um jeito meio rústico. Sendo um quarto, o objeto principal seria a cama. Escolhi uma linda, da linha Religio, da Velha Bahia, que tem a oração do Pai Nosso entalhada na cabeceira. Usei também um banco-baú de madeira de demolição.  Transformei um grande cesto em uma mesa de cabeceira e três lanternas de seda em luminárias pendentes.



Para não exagerar no rústico, escolhi uma mesinha lateral e uma poltrona de madeira aparente, com linhas mais delicadas.

Os tecidos me permitiram brincar com diferentes texturas: cortina de seda indiana, edredon de algodão rústico sobre um outro mais delicado, sedas variadas cobrindo o cesto que virou mesinha, um corte de camurça delicada que transformei em manta e coloquei sobre a poltrona, almofadas que mesclavam vários tipos de tecido: veludo, camurça, algodão, seda.

A brincadeira e a fantasia ficaram por conta dos "tapetes" que escolhi: piso todo forrado com juta verde e um tapete menor feito de grama artificial.

No mais, um bom pão italiano, um vinho, um livro... estava pronto o meu quarto!

O que mais gostei quando o quarto ficou pronto foi ver que tanto os lojistas como os visitantes e funcionários do shopping comentavam que tinham vontade de ter um quarto como aquele. Conseguir que pessoas de diversas classes e formações se agradem do mesmo projeto é muito gratificante!



E a frase que usei na vitrine do projeto (pena que não apareceu na foto) foi a seguinte: "...seja sua boca como o melhor dos vinhos, que se bebe lentamente...", que também foi uma resposta ao desafio que me foi feito pelo coordenador. Afinal, "como crente que sou" tirei minha frase do "Cântico dos Cânticos", um livro de poesia erótica da Bíblia.

Para finalizar, o crédito das fotos: todas foram realizadas pelo MCA Studio. Se quiser ampliá-las, é só clicar sobre elas.



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